terça-feira, 10 de julho de 2012

Comissão irá investigar violência cometida na UnB durante ditadura militar


Universidade de Brasília institui grupo com o objetivo de esclarecer episódios de violência contra a comunidade acadêmica durante a didatura militar. Desvendar o desaparecimento de alunos é o principal foco do trabalho
Publicação: 10/07/2012 07:00 Atualização:
Testemunhas da repressão no câmpus entre 1964 e 1984 devem ser ouvidas pela comissão da UnB (Arquivo CB/D.A Press - 1/1/00)
Testemunhas da repressão no câmpus entre 1964 e 1984 devem ser ouvidas pela comissão da UnB

A Universidade de Brasília (UnB) vai remexer o seu passado. Em 15 dias, um grupo de professores e historiadores se reunirá para esmiuçar documentos engavetados que podem revelar detalhes da violenta repressão sofrida pela comunidade acadêmica durante o regime militar. Testemunhas serão convidadas a contar o que viram e ouviram entre 1964 e 1984. O projeto, batizado de Comissão da Verdade da UnB, terá duas abordagens. Uma pretende desvendar o desaparecimento de líderes estudantis no período da ditadura e investigar episódios de tortura contra servidores. A segunda visa resgatar a história de uma das maiores instituições de ensino do país.
“Alguns estudantes da UnB se tornaram símbolos de luta e a história deles pode iluminar o futuro dos jovens de hoje que não conhecem a fundo o que se passou naquele difícil período”, afirmou o professor da Faculdade de Direito Cristiano Paixão, um dos entusiastas da proposta. A conclusão do trabalho auxiliará, ainda, a Comissão da Verdade em âmbito nacional, instalada em maio último a fim de apurar violações dos direitos humanos cometidos nos anos de chumbo. “Esse grupo tem sete membros e apenas dois anos para investigar tudo entre 1946 e 1988. É pouco tempo. A UnB foi alvo direto da ditadura, era vista como uma ameaça e, por essa razão, existem questões que ainda não foram completamente entendidas”, destacou Paixão.

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